Sobre Padre Pedro Arrupe
Pedro Arrupe nasceu na cidade espanhola de Bilbao, no ano de 1907. Filho de Marcelino Arrupe e Dolores Gondra, estudou no Colégio dos Escolápios, na sua cidade natal, entre 1914 e 1922. No ano de 1918, entrou para a Congregação Mariana de Santo Estanislau Kostka, então dirigida pelo padre jesuíta Ángel Basterra. Em 1923, escreveu um artigo sobre São Francisco Xavier, mesmo ano em que começa a cursar Medicina na Faculdade de San Carlos, em Madri.
O amor pelos menos favorecidos fez com que iniciasse um caminho que transformou sua vida em uma busca incansável por fé e justiça. Foi então que, em 1927, Pedro Arrupe ingressou na Companhia de Jesus, fazendo o noviciado na cidade de Loyola, na Espanha.
Iniciou o curso de Filosofia no ano de 1932, quando o então governo republicano espanhol dissolveu as atividades da Companhia de Jesus no país, forçando Arrupe a continuar sua formação em Marneffe, na Bélgica. Ainda cursou Teologia em Valkenburg, na Holanda.
Ordenado sacerdote, em 1936, fez das experiências vividas em diversos países, uma porta para se lançar no universalismo sem fronteiras, que o caracterizou durante toda sua vida. A inculturação – termo que Arrupe criou para definir a integração cultural entre Ocidente e Oriente – bem como sua imersão na língua japonesa, são apenas alguns dos traços do missionário. Participou do Concílio Vaticano II, em Roma, período em que a Igreja acordava de uma longa letargia.
Pe. Pedro Arrupe não foi apenas um homem santo do nosso tempo, foi o pioneiro da inculturação na Igreja, o líder da adaptação da vida religiosa depois do Concílio, uma ponte cultural entre Oriente e Ocidente, um vanguardista do diálogo com o mundo, das ideologias e, sobretudo, um apaixonado pela figura de Jesus. Junto da sua grande atividade, pulsava a vida interior do homem de oração.
Faleceu em 1991, convencido de que a fé não pode entender-se sem um compromisso pela libertação dos últimos e dos marginalizados deste mundo injusto.